O cinquentenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima foi celebrado em toda a Arquidiocese de Luanda, sendo a parte principal do programa a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora às várias comunidades cristãs da Arquidiocese.

A Imagem foi benzida no Santuário da Cova da Iria pelo Senhor Bispo de Leiria-Fátima e chegou a Luanda de avião pelas 9.30h do dia 11 de Maio de 1967. Luanda prestou-lhe uma recepção apoteótica.

Até ao dia 29 de Maio a Imagem Peregrina percorreu as diversas paróquias da cidade de Luanda, tendo presidido no estádio dos Coqueiros às comemorações do 25º Curso de Cristandade de homens da Arquidiocese.

Depois de Luanda, a Missão do Libolo foi a primeira a acolher a Imagem Peregrina de Nossa Senhora.

Pelas 9.00h do dia 29, chegou a imagem à Munenga. Acompanhavam-na os Padres Isaú Dinis e Huberto Verdjyk. Vieram também duas irmãs da Congregação das Filhas de Maria: a superiora de Luanda, Irmã Celeste e a Irmã Raquel. Depois duma saudação a Nossa Senhora seguiu-se a Missa Campal e a imagem Peregrina ficou exposta à veneração dos fieis até à tarde.

Pelas 14.30h começaram a chegar à Munenga toda a espécie de viaturas automóveis de todo o concelho do Libolo a fim de acompanharem a imagem de Nossa Senhora até Calulo. Todos os proprietários de camionetas e reboques do concelho puseram as suas viaturas à disposição de quem quis deslocar-se à Munenga.

Formou-se então um enorme cortejo com toda a espécie de viaturas carregadas de gente que quis acompanhar a imagem Peregrina de Nossa Senhora. Uma boa aparelhagem sonora animava o cortejo com cânticos de louvor e preces a Nossa  Senhora.

Ao passar no Mussende, o cortejo foi obrigado a parar para satisfazer a vontade de muita gente concentrada que queria saudar Nossa Senhora.

À entrada de Calulo a imagem Peregrina era aguardada por muitíssima gente. Como já era escuro, organizou-se a procissão de velas que percorreu o centro de Calulo e recolheu à igreja da Missão.

Visita à Cabuta

No dia seguinte, 30, pelas 8.00h a população da Cabuta deslocou-se a Calulo a fim de em cortejo, conduzir a Imagem de Nossa Senhora àquele Posto Administrativo. Houve Missa Campal e a imagem ficou exposta à veneração dos fieis até à tarde. Ao fim da tarde, após a recitação do terço, a Imagem de Nossa Senhora regressou a Calulo com o mesmo cortejo que a tinha conduzido da parte da manhã.
 

Visita ao Quissongo

No dia 31 de Maio, foi a vez do Quissongo. Pelas 8.00h saía a Imagem da Senhora para aquele Posto, também em cortejo formado pela população daquela área que, para o efeito se havia deslocado a Calulo também por muita gente de Calulo. O posto do Quissongo, como aliás o da Cabuta, estava lindamente engalanado para acolher Nossa Senhora. Houve procissão desde a entrada do Quissongo até ao local onde foi celebrada a Missa Campal da parte da manhã. Da parte da tarde foi a recitação do terço e despedida. Novamente em cortejo, sempre animado com cânticos e preces a Nossa Senhora através de aparelhagem sonora durante todo o percurso, a imagem Peregrina regressou a Calulo.

Os dias seguintes, 1, 2, 3 e 4 de Junho, foram dedicados a Calulo.

No dia 31, como aliás nos dias anteriores, ao fim da tarde, houve terço na Igreja da Missão, e após o jantar , no Clube local, palestras sobre Nossa Senhora. No fim foi projectado o filme "Fátima, Altar do Mundo". Este filme foi projectado várias vezes para toda a categoria de pessoas, durante vários dias, a fim de poder ser visto por toda a gente.

No dia 3, Sábado, à noite, organizou-se uma grande procissão de velas presidida pelo Senhor Arcebispo, vindo de Luanda nesse dia.

No dia 4 de Junho, Domingo, pelas 8.00h, o senhor Arcebispo administrou o Sacramento da Confirmação na igreja da Missão. Foram confirmadas 532 pessoas. No ano anterior tinham sido 712.

No fim das confirmações, organizou-se a procissão da Imagem de Nossa Senhora da Igreja da Missão para a Fortaleza, onde o Senhor Arcebispo presidiu à Missa Campal. A imagem de Nossa Senhora ficou exposta até à tarde. A meio da tarde foi a procissão do Adeus. Era "um até breve". Mais tarde voltaria, mas para ficar.

O Senhor Arcebispo regressou a Luanda com a Imagem de Nossa Senhora.

Foi uma semana muito cheia e uma manifestação de fé talvez nunca igualada no Libolo. De notar que esta visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora, foi precedida de visitas preparatórias a todas as catequeses da Missão. Com a devida antecedência foram espalhados por toda a zona do Libolo, cartazes a anunciar esta visita.

A imagem de Nossa Senhora de Fátima volta a Calulo

O Impacto desta romagem, deixou na população do Libolo uma ligação afectiva muito forte à imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

Em Luanda, já o Padre Marcelino tinha pedido ao Sr. Arcebispo a cedência da Imagem Peregrina à nova Igreja de Calulo. Uma comissão de leigos, com o Senhor Administrador à frente, renovou o mesmo pedido em Calulo. O Senhor Arcebispo disse que iria reflectir.

Na homilia de despedida, o Senhor Arcebispo anunciou publicamente a sua intenção de oferecer à nova igreja a Imagem peregrina de Nossa Senhora no final da sua peregrinação por toda a Arquidiocese. Foi entusiasticamente ovacionado com uma grande e prolongada salva de palmas. Impunha apenas uma condição: terminar a igreja até ao fim do ano.

Bênção da nova Igreja e intronização da imagem de Nossa Senhora de Fátima

28 de Dezembro de 1968:

Terminada a peregrinação por toda a Arquidiocese, o Senhor Arcebispo volta a Calulo trazendo consigo a Imagem Peregrina. Era aguardado na Munenga por muita gente que ali se havia concentrado, incluindo as autoridades concelhias. Depois duma primeira saudação e oração, formou-se o cortejo que conduziria a imagem de Nossa Senhora para Calulo. No Mussende, nova paragem para uma breve saudação da população aí concentrada. Ao anoitecer chegava a Calulo. A população estava concentrada à entrada de Calulo. Organizou-se uma procissão de velas percorrendo o centro de Calulo até à igreja da Missão.

Dia 29 de Dezembro de 1968:

Na tarde do dia 29 a imagem de Nossa Senhora foi conduzida em Procissão da Igreja da Missão até ao novo templo que lhe ia ser consagrado. A cerimónia começou com a Bênção da nova igreja a que se seguiu à Missa Campal.

Esteve presente o Senhor Governador do Distrito que se quis associar a este acto inaugural. De Luanda vieram o Sr. Padre José Maria Pereira com um repórter da Rádio Eclesia, Emissora Católica, de que é director, o Padre Custódio e uma representação de todas as Congregações femininas radicadas em Luanda.

* Texto enviado pelo Sr. Padre Marcelino Lopes