Pedro CaravelaTerminada que foi a época futebolística que resultou na reconquista do campeonato pelo 1º de Agosto e a taça pelo Petro de Luanda, Pedro Caravela, treinador português que desde 2012 esteve ao serviço do Recreativo do Libolo (como adjunto até a faltarem 3 meses para o fim e como treinador principal após a saída de Vaz Pinto) fez hoje (13 de Novembro), o balanço da época e deu ponto final ao ciclo de 6 anos de experiência ao serviço da terceira maior força futebolística do país.

Falando à imprensa, já a partir de Portugal, sua terra natal, o treinador resumiu da seguinte forma, a época: «Sim, necessariamente foi um ano diferente, já de princípio isso era de conhecimento público que a aposta inicial para esse ano foi num ciclo diferente, com a contratação de jogadores com perfil diferente e portanto foi um ano em que a aposta nas conquistas não seria tão forte como noutros anos, mas apesar das dificuldades que atravessamos ao longo do ano, ainda assim houve muita coisa positiva, por exemplo, alguns jogadores tiveram uma evolução fantástica e apareceram na ponta final do campeonato demonstrando uma qualidade claramente acima da média e portanto, apraz-nos bastante e estamos curiosos em saber o que vai acontecer a seguir e até aonde esses miúdos vão conseguir chegar».

Ainda sobre a época, o nosso interlocutor, tinha confiança em terminar em 3º lugar, tal como foi o ano passado, mas não foi possível, devido às seguintes razões «De facto quem como nós, está habituado sempre aos primeiros lugares, pode parecer um bocadinho estranho ficar na posição em que terminamos, mas dizer que estávamos à entrada da última jornada, a três pontos de atingirmos a classificação do ano anterior, se o último jogo tivesse sido focado na disputa do resultado e não na quebra constante relativamente ao ritmo do jogo, teríamos tido mais hipóteses de chegar ao terceiro lugar, tal como foi o ano passado. No último jogo, diante do Sagrada Esperança criámos muitas oportunidades para empatar e até mesmo ganharmos o jogo, mas infelizmente não foi possível e assim, ao invés do 3º lugar, ficamos em 6º em função dos resultados dos resultados dos nossos adversários. No entanto, tendo em conta as dificuldades que passamos esse ano, se calhar a classificação não digo um prémio, porque houve muitos jogos em que fomos prejudicados e empurraram-nos um pouquinho para baixo, mas estava tudo dentro dos objectivos que foram traçados no princípio do ano».

Mensagem aos adeptos: «Relativamente aos adeptos, agradecer imenso, para mim foi um privilégio muito grande esses 6 anos em Angola, foram experiências muito boas».

Visão sobre futebol no país: «Enquanto país, eu acho tem que seguir para frente, há muita coisa positiva no futebol angolano e se houver um claro interesse em se desenvolver, acredito que nos próximos anos, o país poderá ser uma potência no continente e até no mundo, mas para isso, tem que dar passos decisivos e não pode estar restringido num ou noutro pensamento arcaico, porque qualidade no jogador angolano há».

Quanto à sua continuidade ou não ao serviço do Libolo: «Neste momento, a realidade é que foi um fechar de um ciclo de 6 anos com experiências extremamente positivas em termos pessoais e profissionais, agora, o que é real mesmo é que chegamos ao fim da época e não houve conversa no sentido de haver continuidade, logo, entendo que seja o fechar de um ciclo».

Texto de Jorge Jorge